Ver-te, apenas, me inspira e movimenta entranhas...
E quando me toco, imagino coisas estranhas.
Nas camas dos bairros mais pacatos
Acontecem as perversões do moralismo
Eu prefiro me benzer de ceticismo...
Quando vejo-te, nua, cometendo atos
Analiso tuas mãos lisas, impuras
E nas tuas impurezas alcanço meus cuidados
Eu prefiro me perder entre seus delicados
Seios fartos, e olhares que conjuras.
Se é amor ainda não explico
Mas sei que quando deitas eu me complico
E entre os lençóis exatos
Me resta debruçar sobre seus contatos
E gozar diante de seus gritos
Quando toco em tuas partes íntimas
Percebo míseras expressões ínfimas
De quem gosta do sentido tato
E sei que quando pede coisas mínimas
Vens com aquelas falas tímidas
Sabendo que o prazer é um fato.
E diante do teu suor transpirante
Me deslizo no teu corpo feito amante
E encontro na tua boca já cansada
Uma gota de saliva descuidada
Que na minha boca torna-se habitante
E em tua delicadeza efervescente
Eu me acolho calmo e lentamente
Para assistir seu espetáculo mais gentil
Quando sobre este corpo descontente
Lança mil prazeres, e envolvente...
Faz sentir o que este corpo jamais sentiu.