sábado, 30 de outubro de 2010

Sexo


Te vejo no ar

Te vejo no ar

Te vejo no ar

e transpiro.

domingo, 17 de outubro de 2010

Por ela...


Não sei por ti o que sinto

mas este sentir incomoda-me

ao ponto de me revelar.

Às vezes acordo transbordando você

outras, sou feito esses prédios

cinzentos e frios

Quero sair sem rumo por aí

sem te levar comigo

mas logo surge uma ausência que me impressiona

Seu silêncio me constrange.

Não sei o que sinto por ti

mas hoje tirou-me o sono e o gosto

Não sei porque escrevo aqui

Se nem a mim consigo anunciar.

Maldito caminho do meio

Eu costumava saber de mim

Amava ferozmente, ignorava cruelmente

e agora passo as noites sem saber com o que sonhar.

Que venha o dia em que eu possa

dizer o que me dá

em que possa conhecer o resultado

desse nosso jogo.

Enquanto isso

sigo sem respostas

temendo em silêncio

desejando na pele

nós dois.


[Poema escrito pela minha amada Ana Sayuri]

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O Poeta e o mundo


O mundo é tudo o quanto vejo da minha janela,

e nada mais que isso.

O mundo é tudo o que vejo e me consome.

A terra não gira em torno do sol,

o sol é que gira em torno dos meus olhos e,

tudo o que vejo, quando vejo, passa a existir.

Eu criei o amor de meus amores,

e seus gestos mais bonitos.

Se eu morrer, tudo isso morre.

Morre o sol, morre o amor, morrem os gestos

mais bonitos.

Se eu morrer, morre tudo,

até minha janela.

Se eu morrer, morre o mundo. Morre comigo

tudo o que me consome.

O mundo sou eu, eu sou o mundo.

A par disso, nada mais importa.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Poema Declarado


Gritou em mim qualquer coisa muda

Que de tão calada suspeitei inexistir

E por estar há tempos então reclusa

Agora me vem desacordada consumir



Confesso que, imaginei, fosse exagero

Que essa coisa fosse sim uma utopia

Mas por hora me arrebata por inteiro

E torna pragmática essa metafísica filosofia


Enquanto adormecida eu zombava

Dos pobres mortais, por ela vencidos,

E dos animais que ela regia.


Hoje não suspeito que ela encravava

Silenciosamente no meu peito destemido

Suas garras enquanto eu dormia.