segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O Poeta e o mundo


O mundo é tudo o quanto vejo da minha janela,

e nada mais que isso.

O mundo é tudo o que vejo e me consome.

A terra não gira em torno do sol,

o sol é que gira em torno dos meus olhos e,

tudo o que vejo, quando vejo, passa a existir.

Eu criei o amor de meus amores,

e seus gestos mais bonitos.

Se eu morrer, tudo isso morre.

Morre o sol, morre o amor, morrem os gestos

mais bonitos.

Se eu morrer, morre tudo,

até minha janela.

Se eu morrer, morre o mundo. Morre comigo

tudo o que me consome.

O mundo sou eu, eu sou o mundo.

A par disso, nada mais importa.

3 comentários:

Penha disse...

Não é bem assim, quando morre um amor meu,
Morre pro outro, não morre pra mim!
Ninguém e nada substitui ninguém.
Se você parti ou morre, eterniza o seu significado
Pro outro, mesmo que este outro seja só um.
Deixa sim a sensação de abandono que parece
Não passar mais!

Um abraço de vida pra você!

Sayuri disse...

Sabe que sou contra interpretar poemas... pois a cada um assumem o significado que necessita... Mas diante desse, deixo um trecho:

Morrer.
Morrer de corpo e de alma.
Completamente.

Morrer sem deixar porventura uma alma errante...
A caminho do céu?
Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?

Morrer tão completamente
Que um dia ao lerem o teu nome num papel
Perguntem: "Quem foi?..."

Morrer mais completamente ainda,
_ Sem deixar se quer esse nome.

(Manuel Bandeira)

"E a par disso, nada mais importa."

Fernanda Fernandes Fontes disse...

...se eu escrever vira eterno e vive...só assim desejo ser imortal!

bjs