sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Complementares


Ver-te, apenas, me inspira e movimenta entranhas...

E quando me toco, imagino coisas estranhas.

Nas camas dos bairros mais pacatos

Acontecem as perversões do moralismo

Eu prefiro me benzer de ceticismo...

Quando vejo-te, nua, cometendo atos

Analiso tuas mãos lisas, impuras

E nas tuas impurezas alcanço meus cuidados

Eu prefiro me perder entre seus delicados

Seios fartos, e olhares que conjuras.

Se é amor ainda não explico

Mas sei que quando deitas eu me complico

E entre os lençóis exatos

Me resta debruçar sobre seus contatos

E gozar diante de seus gritos

Quando toco em tuas partes íntimas

Percebo míseras expressões ínfimas

De quem gosta do sentido tato

E sei que quando pede coisas mínimas

Vens com aquelas falas tímidas

Sabendo que o prazer é um fato.

E diante do teu suor transpirante

Me deslizo no teu corpo feito amante

E encontro na tua boca já cansada

Uma gota de saliva descuidada

Que na minha boca torna-se habitante

E em tua delicadeza efervescente

Eu me acolho calmo e lentamente

Para assistir seu espetáculo mais gentil

Quando sobre este corpo descontente

Lança mil prazeres, e envolvente...

Faz sentir o que este corpo jamais sentiu.