domingo, 31 de janeiro de 2010

Com meus olhos...



Olhe com meus olhos

E, com eles, olhe para os teus

Ao olhar repare,

Que ao que tudo que nos separe

Traz-me lágrimas de um adeus.


Olhe com meus olhos

E, com eles, olhe os lábios teus

Ao olhar, repare

Que quando tu falas

Teus lábios se movem

Cativando os meus.


Olhe com meus olhos

E, com eles,

Olhe por dentro de mim

Ao olhar, repare,

Que o que deveria ser de minha parte

Só há você, por fim...


Olhe com teus olhos

E, com eles,

Não saberás o que sinto

Teus olhos jamais poderão ver

As verdades de meu peito a sofrer

Que por fora tantas vezes minto.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Mínimas



Invente teu próprio vento

Mas não sopre a vela de teu barco

Com tua própria boca.


Invente teu próprio amor

Mas não se esqueça que no amor inventado

amante e amado não amam a ninguém

a não ser a si próprios.


Peça perdão...

antes que se esqueça de estar arrependido.


Diga que ama se assim o for,

Mas se odiar... será tarde demais para dizê-lo.


Se estiver em um amor correspondido

Cuidado para não estar correspondendo a si próprio.


Se você perdeu alguém querido, sofra...

sofrer por isso é um privilégio de poucos.


Se você chegou a ler estas frases,

é por que é uma pessoa paciente..

Paciência é um bom começo para uma

boa amizade...

(...)

Abraços sinceros...

sábado, 9 de janeiro de 2010

O Poema e a Poesia




Então um dia,

o poema disse à poesia:

- Sem você não há alegria,

Não há euforia, não há furor...


Recatada,

Replicou a poesia:

- Sem um poema a admirar

Até mesmo a mais bela poesia

Jamais provocará ardor...


Já o poeta,

Enciumado dos seus personagens

Lacrimeja inconstante

Por se deparar que no papel

Criou um amor inventado e fiel

A que nunca tivera antes.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Por ela...


És, pois, uma poesia

Cada pedaço de teu corpo

Eu, por fim, um poeta

Jamais cumpro a meta

De escrever-te a meu gosto...


Em cada verso me disperso

Em cada estrofe me complico

Em cada pedaço lhe confesso

Tudo que me é sentido..

Mas confesso, que confesso

Escondido.


És, pois, uma poesia

Tua saliva que nunca sacia

A sede de quem lhe procura

És uma pura poesia

Que me causa vontades impuras...