sábado, 9 de janeiro de 2010

O Poema e a Poesia




Então um dia,

o poema disse à poesia:

- Sem você não há alegria,

Não há euforia, não há furor...


Recatada,

Replicou a poesia:

- Sem um poema a admirar

Até mesmo a mais bela poesia

Jamais provocará ardor...


Já o poeta,

Enciumado dos seus personagens

Lacrimeja inconstante

Por se deparar que no papel

Criou um amor inventado e fiel

A que nunca tivera antes.

6 comentários:

Penha disse...

Filipe!

Hoje preciso me calar
pra ouvir só esse Amor falar...
Um Beijo Grande.

Penha.

Fernanda Fernandes Fontes disse...

Hum...lembrei do que você me disse uma vez: " Cuidado com a dimensão que a escrita tem tomado na sua vida"

... mas se todas as realidades são inventadas, o poeta vive uma realidade tb...

"És uma contrução tão bonita/ que te materializar erradicaria/ tantas belas metáforas/ ainda por dizer".

Isso tb tem beleza...E ah, tem faltado poemas...

Penha disse...

Maravilhoso Filipe!

O Poeta recatado e tímido como a poesia, não se deu conta que externou o que é latente dentro de si.
E agora contempla assustado com medo de viver o seu amor agora externado em forma de criação.

O ciúme... ah o ciúme...que delícia, foi só seu impulso...

Um grande abraço.

Unknown disse...

Palavras...rs, ainda me supreendo com elas. Me confundi por instantes... concordo com a Penha, só tenho dúvidas se o poeta não se deu conta... ou se a poesia ainda não se fez clara... o desejo de ambos, poeta e poesia, é de se encantarem apenas com as promessas de "um amor inventado e fiel a que nunca tivera(m) antes"... ?

Nina Almeida disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Nina Almeida disse...

Cavalheiro,
Neste mundo *prurissignificativo*, a ficção subjetiva de "O poema e a poesia", aqui nos revelada, é de tal perfeição que, realmente, esvair-se em lágrimas é desfecho mais que sublime para o seu deslumbrado criador.

Sem falar dos chorosos súditos webespectadores ...rsrs.

Meu amigo,maravillhada,despeço-me.
Beijo no coração.