domingo, 2 de dezembro de 2007

Soneto Oco


Se pedires mulher, lhe faço um soneto.

Com versos e rimas, de forma nobre.

Se chorares, teremos aqui um dueto.

Uma triste senhora e um poeta pobre

Os versos que escrevo, eu sei, maldito,

Seja aquele que por fim os desenvolve

Vergonha a poesia, sou poeta dito.

Sem palavras, tolo, quando mal desejo morte.

Mas se escrevo assim é porque tanto

Na ponta de meus dedos desliza o grafite

Que contorna os versos que lhe dedico

Pois quando penso em ti, portanto

É melhor evitar que o poema grite

E esconder-me por trás do que fabrico.