quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Soneto

 

Este estado em que me vejo desconheço

Duvidoso eu me sinto estou certo

Quando chega esta rosa de mim perto

Implica-me a oscilar do que mereço

 

Tanto percebo que a teu lado estou forte                     

Tanto confesso que em distancia padeço

Mas que fenômeno é tal que não conheço?

Que sem ele encontrar prefiro a morte

 

Da mocidade meus olhos não passaram

Mas o que sinto em momentos causa dor

Se tão novos meus olhos já choraram

 

Antigos então, jamais serei quem sou

Pois já não sei se o que estes olhos encontraram

É o que todos chamam de amor.

 

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Angústia



Quando meu grito soa

Pelos cantos do mundo

Nenhuma matéria recua

Tingida pelo segundo

 

Quando meus gestos reclamam

Algum movimento profundo

Não há mover provocado

Meu ato jamais foi fecundo

 

Eu quero pedir licença

Retirar-me um momento

Pois meu corpo hoje ocupa

Mais espaço que meu pensamento

 

Eu quero sair em silêncio

Me enfiar em alguma via escura

Pálido e trêmulo

Para viver a minha angústia