Se pedires mulher, lhe faço um soneto.
Com versos e rimas, de forma nobre.
Se chorares, teremos aqui um dueto.
Uma triste senhora e um poeta pobre
Os versos que escrevo, eu sei, maldito,
Seja aquele que por fim os desenvolve
Vergonha a poesia, sou poeta dito.
Sem palavras, tolo, quando mal desejo morte.
Mas se escrevo assim é porque tanto
Na ponta de meus dedos desliza o grafite
Que contorna os versos que lhe dedico
Pois quando penso em ti, portanto
É melhor evitar que o poema grite
E esconder-me por trás do que fabrico.