Todo poema dedicado é delicado.
E soa como uma nota de piano
Escreve-se em dedo, com cuidado
Como se para ser escrito, levasse ano.
Todo poema que lhe dedico
Em cada verso me complico
Pois cada palavra dedicada
Me leva uma face debruçada
Me sobra uma timidez sem sentido
Se me encanto por ti, me envergonho
Em por nas entrelinhas o que sonho
Pois não há verso contido
Que não esteja tão perdido
Ao tentar expressar o que proponho
Nas folhas, nos livros então escritos
Eu te encontrei, em poemas ditos
Mas preferi ficar um tanto quieto
E contar o que sinto por incompleto
Ao evitar soar meus próprios gritos.