Te ver, é ler
Um livro na biblioteca
E entre tantos por escolher
Tu seres único que me alimenta
Te ter, é ser
Um livro na estante
Entre tantos a lhe prender
Eu ser o único que lhe espante
E se eu, teu leitor, dispensar algumas páginas
Ou palavras de teu livro
É porque tua obra causa lágrimas
Que por vezes não corrijo
E se eu, teu leitor, porventura
Negar de tua escrita um verso
Não é porque nego vossa doçura
Mas porque na minha alma está o inverso
E se eu, por fim, abreviar a vida
E a ela dar fim nos pensamentos meus
Não pense que tuas letras não me trouxeram alegria
Pois foram elas que adiaram meu adeus.