terça-feira, 1 de março de 2011

Reflexões sobre a vida cotidiana

Aquilo que me incomoda é o que me define.

Como ousar calar por fora, se por dentro cada emoção é uma faca pontiaguda que desliza sobre a carne do meu corpo e insiste em me ter como expectador desse sacrifício?

Para tudo o que fujo há sentido no fugir, e esse sentido precisa por vezes ser cavado. Como uma criança com medo do escuro o homem tem medo dos seus desejos, e foge deles como quem foge de um trem na mesma direção em que ele corre nos trilhos.

A minha adultez imposta chegou mais cedo do que eu esperava. E hoje me visto de senhor para tranqüilizar outras crianças adultas. Não posso admitir que não cresci, mas devo confessar que esse crescimento não é de todo elevado, como vejo nos espelhos e nas barbas que me espetam o pescoço. Ainda tenho uma vontade infantil, e talvez reconhecer isso seja a única forma de me tornar realmente adulto.

Um comentário:

Sayuri disse...

Ensinas-me a me conter! Pois, diferente que sou, as emoções me escapam como feixes de luz pelas frestas dos meus muros... Venha! Misture-te comigo e saíamos pelos caminhos, perfeitos os dois!

Amo você.