quarta-feira, 21 de julho de 2010

Poema Descartável




Eu te amo.

Eu te amo. Eu te amo.

Eu te amo.

Eu te amo. Eu te amo.

9 comentários:

Ester disse...

o que se torna descartável?
a certeza que voce tem... ou a dúvida de não ter?
As afirmações te querem convencer de uma certeza ou de uma dúvida? Para mim, o descartável não é o poema. A necessidade de sentir o amor ou de ter alguém para recebê-lo ´é o descartável, porque este sentimento "eu te amo", deve ser espontâneo. Nascer do peito, do coração, e isto, meu Caro, não é descartável.
Não gostei do título. Voce tem mais sensibilidade.

Ester disse...
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Filipe M. Vasconcelos disse...

Ester, o que eu quis dizer no poema foi que hoje em dia, as palavras que anteriormente representavam profundidade na relação, não passam de meros artifícios linguísticos superficiais, senão descartáveis. Eu quis representar a fragilidade dos relacionamentos. Foi isso que busquei mostrar no poema..
Parece que não consegui..rsrsrs
Obrigado pelo comentário e pela presença no blog!
Abração!!

Mayara Netto disse...

Confesso que este poema me deixou confusa. Na verdade, não foi confusa, mas uma série de coisas me passaram na cabeça quando o li a primeira vez...
Primeiro, o título... referia-se ao resto? Mas pensei depois que és cuidadoso demais pra postar um poema que considere descartável...
Então o conteúdo... Me pareceu vazio... a repetição do "Eu te amo"... me fez lembrar uma das primeiras aulas de PGE que tive, sobre habituação.
Ou que não seja habituação, ficou sem vida... coisas ditas ao vento.
E essa interrogação aí: o teor do poema não é tão descartável assim, ou duvida das próprias palavras?

Beijo

Penha disse...

Filipe,

Penso que o Amor desde primórdios vem nos incomodar,
talvez pela sua personalidade própria,
seu individualismo, até egoísmo (tudo por ele)!
Sem pedir licença,
Sem bater à porta,
Sem fazer sentido,
avassalador, as vezes ele brota de nós
chegamos a verbalizá-lo.
Nós não o temos, ele nos toma
como um seqüestro de nós mesmos.
Penso que descartável fica todo o resto...
Ah, achei a interrogação perfeita.
Somos nós, perguntando!
“O que é isso que está acontecendo comigo?”

Beijos.

Sayuri disse...

Posso usar na minha dissertação? Rs! Divido contigo essa opinião... de amores líquidos. Acredito que a discussão que teu poema trouxe não é sobre o amor ser descartável, pois esse tem toda sua glória e valor próprio, tanto valor que dizer Eu te amo à deriva, por mera repetição, é tirar talvez o sentido desse amor. A impressão que fica é que se descarta esse dizer vazio. AINDA ASSIM... quem compreende a alma do poeta? Essa não é a graça???? Se não permitir diferentes divagações teria a mesma beleza? Amei de maneira alguma descartável.

Filipe M. Vasconcelos disse...

Um livro não pode ser julgado pela capa, um "poeta" não possa ser julgado por apenas um poema... Quiçá um pseudo "poeta".;;rs

Falar de amor eu pego e falo. Viver de amor é outra história.. Residi aqui o meu propósito no poema.
Se quisermos podemos até "psicologizá-lo". A repetição das palavras provoca habituação, o que significa que as palavras perdem seu valor a medida que se repetem. Se falarmos a frase "Eu te amo" rapidamente várias vezes, o leitor poderá chegar a dize "amo eu" (que seria também uma justificativa do poema. Um individualismo, um amar a si próprio mais que o outro).

De qualquer forma, acho que o poema, em essência, não merece tanta atenção assim. Foi um mero escrito, uma mera estrofe, quem sabe possa ser descartado... ;-)

Unknown disse...

Não foi mero, não foi pequeno, foi incômodo sim e magnífico da mesma forma. É como nos portamos e como odiamos quando nos mostram como liquidamente nos portamos, e como quando, assim o fazem conosco. Divino. Não é psicologia, é humano, é fluidez, é volatilidade, é o justo contrário do que queremos do amor: a permanência.
Por isso o certo incômodo. Ótimo. Provocaçoes, em tempo de mais valia, capital e consumo, seu poema é um perfeito encaixe.

Penha disse...

É, quando se pode complicar, vai simplificar pra que, né?

Filipe, você bem que podia escrever logo outro poema
Sugestão do titulo "Eu te Amo".

Beijos