quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O Rapaz Arrependido


Os chinelos no tapete...

Não deixe meu bem, os chinelos no tapete.

A porta de nossa casa fica estranha.

Os chinelos, meu bem, não deixe

No tapete da porta de entrada.


Não, não tire, meu bem

Os chinelos do tapete.

Os chinelos da sua entrada.

Não tire os chinelos

Senão eu me sinto estranho.

Teus chinelos precedem

Nossos sorrisos tamanhos.


Não, não deixe, meu bem

Os chinelos em outra porta

Não deixe em uma porta estranha

Não abandone nossa casa, meu bem

Nem minha saudade tamanha.

3 comentários:

Anônimo disse...

e volta o cão arrependido...

Penha disse...

Filipe,

É o reconhecimento do Norte...
As vezes aquilo que parece nos incomodar é exatamente o que nos sustenta e nos dá vida.

Um beijo.

Fernanda Fernandes Fontes disse...

Os chinelos devem seguir os passos de qual destino, de qual vontade? Seguir o caminhar dos pés a que foram escolhidos ou esperar pelos passos dos outros? Há um "desgaste" mesmo quando não estam em movimento, mesmo parados à mercê de outros passos...

"Quando olhaste bem nos olhos meus
E o teu olhar era de adeus
Juro que não acreditei, eu te estranhei
Me debrucei sobre teu corpo e duvidei
E me arrastei e te arranhei
E me agarrei nos teus cabelos
No teu peito, teu pijama
Nos teus pés ao pé da cama
Sem carinho, sem coberta
No tapete atrás da porta"...

Lembrei dessa minha paixão...

Bjs saudosos!