Te vejo no ar
Te vejo no ar
Te vejo no ar
e transpiro.
Para uma divisão do indivíduo.
O mundo é tudo o quanto vejo da minha janela,
e nada mais que isso.
O mundo é tudo o que vejo e me consome.
A terra não gira em torno do sol,
o sol é que gira em torno dos meus olhos e,
tudo o que vejo, quando vejo, passa a existir.
Eu criei o amor de meus amores,
e seus gestos mais bonitos.
Se eu morrer, tudo isso morre.
Morre o sol, morre o amor, morrem os gestos
mais bonitos.
Se eu morrer, morre tudo,
até minha janela.
Se eu morrer, morre o mundo. Morre comigo
tudo o que me consome.
O mundo sou eu, eu sou o mundo.
A par disso, nada mais importa.
"Quando se coloca, o centro da gravidade da vida - não na vida, mas no além, no nada - tira-se da vida o seu centro de gravidade."
Nietzsche
"A arte é a confissão de que só a vida não basta."
Fernando Pessoa