Te ver, é ler
Um livro na biblioteca
E entre tantos por escolher
Tu seres único que me alimenta
Te ter, é ser
Um livro na estante
Entre tantos a lhe prender
Eu ser o único que lhe espante
E se eu, teu leitor, dispensar algumas páginas
Ou palavras de teu livro
É porque tua obra causa lágrimas
Que por vezes não corrijo
E se eu, teu leitor, porventura
Negar de tua escrita um verso
Não é porque nego vossa doçura
Mas porque na minha alma está o inverso
E se eu, por fim, abreviar a vida
E a ela dar fim nos pensamentos meus
Não pense que tuas letras não me trouxeram alegria
Pois foram elas que adiaram meu adeus.
4 comentários:
Somos livros em brancas páginas, a escrevermos estórias inúmeras; por vezes, trechos de outras se encaixam perfeitamente aos nossos versos - e outrora, mesmo imperfeitos, ali cabem tb!
É nessas horas que agradeço a existência das letras, das artes! Pois o que nos mantém por essas terras,se não a beleza da criação de metáforas do que não entendemos e jamais conseguiremos explicar?
Bj
sofres, meu querido. Acho que essa é nossa desgraça, sentir demais. A eterna melancolia do presente e a certeza desta melancolia que permanecerá. Não é à toa que vida de poeta é coisa frágil... como guardar forte tanta coisa dentro dum peito só, sem que ele estoure (lembrando, sempre, drummond)?
a propósito da beleza, linda linda imagem e linda finalização pro seu poema. Amargo, melancólico. E real.
Às vezes tenho vontade de estar entre iguais nesse sentido, sabia?
e esses comentários, tão abertos, desmascarando os pensamentos que a gente tem fundo. A modernidade é definitivamente estranha..
beijo e brigada por me ler tb. É reconfortante ter interlocutores.
Tudo bem Filipe? Bem antes de mais nada, agradeço-lhe comentários que você tem feito no meu blog. Quanto às Bibliotecas, depois que li seu poema parei e fiquei pensando há quanto tempo não entro em uma com o intuíto de ter prazer em ler, ultimamente tenho entrado para pesquisas acadêmicas.
Quanto as letras, quão bela arte nos foi dada... Diversas pessoas passam a vida toda esperando a morte para chegarem ao paraíso, eu embora de religião cristã, sinto-me realizado e em um estado de paraíso cotidiano toda vez que leio textos que me fazem refletir, ou me deixam alegre ou me saciam a necessidade de ter experiência artística, como seus ótimos poemas!
E só pra finalizar, é bonito pensar a nossa vida como livro e nossas relações no mundo como uma imensa biblioteca. Lindo isso!
Abraço e até mais!
Felipe,
obrigada pelo recadinho!
Volte sempre, tá?
Bjão!
Paz.
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