segunda-feira, 11 de abril de 2011
Mudamos de Endereço
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Oyasuminasai
E eu às vezes interpreto
Que suas brigas são seus beijos
São meios de aproximação
Disfarçados em manifestos
Vestidos todos de desejos
E de interrogação...
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domingo, 27 de março de 2011
Vida e dor
A dor, a vida
Adora vida
Adora a vida, vivo
Vivo a vida
Vivo a dor
Vivo dor viva
Dor que é dor
É vida.
.
quinta-feira, 10 de março de 2011
Homem moderno, Amor insano
Troquei a luz do sol pela lamparina
O vento pelo ventilador
Troquei um mês por um dia...
Troquei o papel pelo teclado
A chuva pelo chuveiro
A rio pela piscina
Troquei a paciência pela impaciência
Troquei meus pés pelo carro
A pele pelo cobertor
O destilado pelo cheirado
Troquei o amor pelo outro,
pelo outro espelhado.
Troquei o meu desejo, pelo desejo dos outros
Que me desejam indesejado..
Troquei a luz do sol pela lamparina
O vento pelo ventilar a dor
A paciência pela ímpar-ciência.
Troquei o amor ...
terça-feira, 1 de março de 2011
Reflexões sobre a vida cotidiana
Aquilo que me incomoda é o que me define.
Como ousar calar por fora, se por dentro cada emoção é uma faca pontiaguda que desliza sobre a carne do meu corpo e insiste em me ter como expectador desse sacrifício?
Para tudo o que fujo há sentido no fugir, e esse sentido precisa por vezes ser cavado. Como uma criança com medo do escuro o homem tem medo dos seus desejos, e foge deles como quem foge de um trem na mesma direção em que ele corre nos trilhos.
A minha adultez imposta chegou mais cedo do que eu esperava. E hoje me visto de senhor para tranqüilizar outras crianças adultas. Não posso admitir que não cresci, mas devo confessar que esse crescimento não é de todo elevado, como vejo nos espelhos e nas barbas que me espetam o pescoço. Ainda tenho uma vontade infantil, e talvez reconhecer isso seja a única forma de me tornar realmente adulto.
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Sobre a vida.. II
O meu deus são deuses,
e nada mais que isso.
Minha vida é de todo um cenário divino,
e meus deuses estão por toda parte.
Meu deus é a criança que sorri, o senhor que se emociona,
o menino que chora e o palhaço que me faz gargalhar.
O meu deus é a chuva que vem para molhar,
o calor que vem para aquecer e
o frio que nos obriga a se abraçar.
Meu mundo é repleto de deuses,
e nada mais que isso.
O meu deus é a sonata no piano, a música do Chico,
o menino da rua.
O meu deus é o mundo, que hora me faz chorar, hora faz-me rir.
Não há bem, não há mal. Não há deus do bem, não há deus do mal.
Os deuses são de todo modo aquilo que podemos sentir,
resta saber se o sentiremos bem, ou se o sentiremos mal.
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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
domingo, 28 de novembro de 2010
Sobre a vida..
A vida é instante
Escrever um poema é o instante de fazer da vida um poema.
Ler um livro é o instante de fazer da vida um livro.
Neste instante minha vida é estrofe
E eu sou todo poeta.
Após este instante não sou poeta, não sou estrofe.
Após este instante não serei vida, ou ao menos, não esta vida.
Poderei ser madrugada, ser sonho, ser o piscar de olhos
ou mesmo o pensar em alguém.
Todo instante define a vida pelo seu conteúdo
Neste instante, deixarei de ser este instante
E serei outra vida.
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quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Lou, por dentro.
Conto pra mim
qualquer segredo meu.
E há segredos [confesso]
que prefiro não me contar.
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sábado, 30 de outubro de 2010
domingo, 17 de outubro de 2010
Por ela...
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
O Poeta e o mundo
O mundo é tudo o quanto vejo da minha janela,
e nada mais que isso.
O mundo é tudo o que vejo e me consome.
A terra não gira em torno do sol,
o sol é que gira em torno dos meus olhos e,
tudo o que vejo, quando vejo, passa a existir.
Eu criei o amor de meus amores,
e seus gestos mais bonitos.
Se eu morrer, tudo isso morre.
Morre o sol, morre o amor, morrem os gestos
mais bonitos.
Se eu morrer, morre tudo,
até minha janela.
Se eu morrer, morre o mundo. Morre comigo
tudo o que me consome.
O mundo sou eu, eu sou o mundo.
A par disso, nada mais importa.
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Poema Declarado
Gritou em mim qualquer coisa muda
Que de tão calada suspeitei inexistir
E por estar há tempos então reclusa
Agora me vem desacordada consumir
Confesso que, imaginei, fosse exagero
Que essa coisa fosse sim uma utopia
Mas por hora me arrebata por inteiro
E torna pragmática essa metafísica filosofia
Enquanto adormecida eu zombava
Dos pobres mortais, por ela vencidos,
E dos animais que ela regia.
Hoje não suspeito que ela encravava
Silenciosamente no meu peito destemido
Suas garras enquanto eu dormia.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
O Rapaz Arrependido
Os chinelos no tapete...
Não deixe meu bem, os chinelos no tapete.
A porta de nossa casa fica estranha.
Os chinelos, meu bem, não deixe
No tapete da porta de entrada.
Não, não tire, meu bem
Os chinelos do tapete.
Os chinelos da sua entrada.
Não tire os chinelos
Senão eu me sinto estranho.
Teus chinelos precedem
Nossos sorrisos tamanhos.
Não, não deixe, meu bem
Os chinelos em outra porta
Não deixe em uma porta estranha
Não abandone nossa casa, meu bem
Nem minha saudade tamanha.
terça-feira, 27 de julho de 2010
Desencontro
Amor, meu amor
Já deu
Nosso amor foi um livro
Que você nunca leu
Uma música do Chico
Que você não compreendeu
Nosso amor, meu amor
Faleceu
Como quem sofre por viver
sabendo que nunca viveu.
Amor, minha dor.
É seu...
Esse poema que me acometeu
Declarando minha dor,
Não por não te amar
Mas por eu perceber
Não ser um bom escritor.
Amor, eu sei
Que te amar foi um erro,
Não que não tenha valido
Mas seria melhor ter ficado
ao lado de livros.
Nosso amor, meu rancor,
foi uma sombra na escuridão
para um cego sem mãos
que só sente o chão e rasteja
em qualquer direção.
Eu quis que você ficasse
Por pena
Mas não vale a pena
De antemão, então,
eu não quero dizer adeus.
Adeus..
Adeus...
Adeus!
quarta-feira, 21 de julho de 2010
terça-feira, 29 de junho de 2010
Tudo por mim
Eu vou deixar a barba crescer
Eu vou tentar envelhecer
pra fingir que compreendo tudo
e que sei conviver
com tudo aquilo que me faz sofrer
com tudo o que me faz lembrar...
você.
Eu vou... tentar pular os muros
e rabiscar, cartas com giz
pra tentar rejuvenescer,
fingir que ainda há
muito pra viver
Fingir que ainda tenho tudo
erros para mudar
alguém para conquistar
e nunca mais perder
Eu vou tentar
Encarar meu mundo
E perceber, que o que nos faz sofrer
É imaginar que se pode adiantar o futuro
Ou o passado tentar.... reviver.
segunda-feira, 24 de maio de 2010
domingo, 2 de maio de 2010
Devires
Eu tenho um desejo
errado no desejar
Tenho um silêncio por dentro
que não para de gritar.
Tenho uma dor incessante
que me faz cessar
Um porque sem razão
um motivo sem motivar
Eu tenho um ter sem ser
um ser sem estar
Tenho um querer mais forte
que a vontade de evitar
Eu tenho pernas cansadas
pra quem quer caminhar
Mas tenho vontade o bastante
pra não me entregar.
sábado, 3 de abril de 2010
Anoiteço
A noite é o inverso do dia
O dia é o decreto da tarde
A tarde nunca vira dia
Só o dia vira tarde
A noite nunca vira tarde
E o que sinto nunca virou dia
Tua falta só me lembra noite
Tua presença nunca viu meu dia
Tua tarde decreta minha noite
Minha noite deseja teu dia
Tua noite decreta tarde
Faz da noite todos os meus dias.
E, enquanto tu tardas
Meus dias, sem alegria
Escondem-se na noite
Inversa de todos os teus dias.
domingo, 28 de março de 2010
Pedaços
Por vezes me desfaço
em pedaços estranhos
pedaços diferentes
em diferentes tamanhos
Ora um pedaço é branco
outro pedaço é preto
um pedaço tem sede
outro pedaço é branco e preto
Por vezes me desfaço
em pedaços sombrios
enquanto um pedaço se aquece
outros sentem frio
enquanto um pedaço deseja
outro reclama
enquanto um pedaço odeia
há outro pedaço que ama
Por vezes me desfaço
em vários pedaços
pedaços macios
pedaços inquietos
pedaços arredios
Me divido em pedaços escassos
outros cheios, alegres
outros pedaços tristes
deprimidos e não sorridentes.
Por vezes me vejo em pedaços
alguns revoltados, vingativos
enquanto outros pedaços
querem paz, querem preencher vazios.
Por vezes eu sou pedaços
ora pecaminosos, criminosos
ora heróis destemidos.
Por vezes percebo que se tais pedaços
fossem notas, arranjos ou sintonia
se tais pedaços se juntassem,
resultariam numa estranha sinfonia.
sábado, 6 de março de 2010
Namoro Solitário à Dois
Eu moro só, mas na morada
Que há tempos eu habito
Ao lado mora enamorada
Uma donzela que eu cobiço.
Flores já comprei,
Versos escrevi
Mas aquelas nunca dei
E estes nunca li.
Eu moro só, mas a menina
Que ao meu lado então reside
Com meus olhos não se encanta
E aos meus gestos se resiste.
Chorar eu já chorei
Indiferenças já fingi
Mas daquele me cansei
E destas sucumbi.
Eu moro só, mas por amar
Assim, desesperado
Dorme comigo imaginada
Essa donzela do meu lado.
Dorme comigo imaginada
Faz parte dos sonhos delicados
E por mais que seja inventada
Ela inventa meus prazeres descuidados
Namoro só, assim, enamorado
Mas vivo a dois, com ela do meu lado
Se na vida não conquisto, então real cuidado
Quem me cuida são meus sonhos, cultivados.
domingo, 31 de janeiro de 2010
Com meus olhos...
Olhe com meus olhos
E, com eles, olhe para os teus
Ao olhar repare,
Que ao que tudo que nos separe
Traz-me lágrimas de um adeus.
Olhe com meus olhos
E, com eles, olhe os lábios teus
Ao olhar, repare
Que quando tu falas
Teus lábios se movem
Cativando os meus.
Olhe com meus olhos
E, com eles,
Olhe por dentro de mim
Ao olhar, repare,
Que o que deveria ser de minha parte
Só há você, por fim...
Olhe com teus olhos
E, com eles,
Não saberás o que sinto
Teus olhos jamais poderão ver
As verdades de meu peito a sofrer
Que por fora tantas vezes minto.
domingo, 17 de janeiro de 2010
Mínimas
Invente teu próprio vento
Mas não sopre a vela de teu barco
Com tua própria boca.
Invente teu próprio amor
Mas não se esqueça que no amor inventado
amante e amado não amam a ninguém
a não ser a si próprios.
Peça perdão...
antes que se esqueça de estar arrependido.
Diga que ama se assim o for,
Mas se odiar... será tarde demais para dizê-lo.
Se estiver em um amor correspondido
Cuidado para não estar correspondendo a si próprio.
Se você perdeu alguém querido, sofra...
sofrer por isso é um privilégio de poucos.
Se você chegou a ler estas frases,
é por que é uma pessoa paciente..
Paciência é um bom começo para uma
boa amizade...
(...)
sábado, 9 de janeiro de 2010
O Poema e a Poesia
Então um dia,
o poema disse à poesia:
- Sem você não há alegria,
Não há euforia, não há furor...
Recatada,
Replicou a poesia:
- Sem um poema a admirar
Até mesmo a mais bela poesia
Jamais provocará ardor...
Já o poeta,
Enciumado dos seus personagens
Lacrimeja inconstante
Por se deparar que no papel
Criou um amor inventado e fiel
A que nunca tivera antes.
domingo, 3 de janeiro de 2010
Por ela...
És, pois, uma poesia
Cada pedaço de teu corpo
Eu, por fim, um poeta
Jamais cumpro a meta
De escrever-te a meu gosto...
Em cada verso me disperso
Em cada estrofe me complico
Em cada pedaço lhe confesso
Tudo que me é sentido..
Mas confesso, que confesso
Escondido.
És, pois, uma poesia
Tua saliva que nunca sacia
A sede de quem lhe procura
És uma pura poesia
Que me causa vontades impuras...
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Sobre Pintores e Poetas
O poeta é um pintor de palavras
Que com apenas uma cor
Pincela sentimentos
Faz das folhas em branco
suas telas
Registra em versos,
Seus pensamentos.
O pintor é um poeta alienado
Que nas telas rabisca
O que em versos não se explica
Troca humores por cores
Troca grafite por tinta.
A mulher que agora me encanta
Não tem pincéis, não tem grafite
Não tem versos, nem telas
Mas basta sua presença, que vejo,
Um poema em forma de desejo
Uma pintura das mais belas...
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Dizeres
Direis que louco és por tal senhora
Pois digo, por ela,
Louco também sou
Mas se teu peito nela se consola
Ao meu peito cabe apenas
Morrer de amor..
Amor de peito, dela me devora
Se em ti ela pode dar calor
Mas se teu olhar a mim já não demora
A ti ela causa tanta dor...
Dor esta, meu caro, que nos machuca
Como tal ninguém pode vencer
E este amor que a tanto nos perturba
Leva-nos aqui tanto a sofrer.
Bem sei que nessa vida que perdura
Por ela, vamos juntos,
Se odiar até morrer...
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Plurissignificativo
É delicado, senhorita
o dedo que toca
Cada nota neste piano
Pois com este toque delicado
Prometo tocar seu corpo
Como o pianista toca o piano.
É disfarçado, senhorita
o olhar que assim contempla
Uma pintura na galeria
Pois com este olhar disfarçado
Prometo tomar o cuidado
De ver no seu corpo
Uma pintura em euforia.
É declamado, senhorita
O verso na boca do poeta
Pois com esta mesma boca
Prometo em toda biblioteca
Declamar o que de ti me afeta...
É saudade, senhorita
O que sinto pela tua espera.
E nada delicado, disfarçado
Ou declamado...
Irá preencher essa sua demora.
sábado, 8 de agosto de 2009
Poema de si
Minha vida é um poema
Não publicado
Jamais lido
E complicado
Minha vida é um poema escrito
Sem ser pensado
É um poema esquisito
por si próprio, recusado
Minha vida é um poema
Sem poesia
É como a palidez,
Sem alegria.
É como ter cores,
Mas ser daltônico.
Minha vida é poema
De poeta lacônico.
Minha vida é poema
Por mim não rabiscado
É verso invertido
Encanto desencantado.
Meu poema é minha vida
Um descrever mal interpretado
É sigilo em face vencida
É verso descuidado.
domingo, 19 de julho de 2009
Contradição
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Por mim
Minhas mãos, ao pensar-te,
tremem
Em alternâncias
descontínuas
Ao vê-la, então,
vou confessar-te
Ao vê-la,
elas tremem mais ainda...
Quando tu se aproxima,
eu desminto
Com uma face, falsa, finjo calma
Mas por dentro, confesso,
não minto
Por dentro
Nada pode, nada acalma..
Quando tu, então, desrespeita
Os limites invisíveis,
respeitados
Eu rogo a deus
Para que nada aconteça
Como imploro, para que nunca
Ele atenda estes recados...
domingo, 19 de abril de 2009
Na Biblioteca
Te ver, é ler
Um livro na biblioteca
E entre tantos por escolher
Tu seres único que me alimenta
Te ter, é ser
Um livro na estante
Entre tantos a lhe prender
Eu ser o único que lhe espante
E se eu, teu leitor, dispensar algumas páginas
Ou palavras de teu livro
É porque tua obra causa lágrimas
Que por vezes não corrijo
E se eu, teu leitor, porventura
Negar de tua escrita um verso
Não é porque nego vossa doçura
Mas porque na minha alma está o inverso
E se eu, por fim, abreviar a vida
E a ela dar fim nos pensamentos meus
Não pense que tuas letras não me trouxeram alegria
Pois foram elas que adiaram meu adeus.
terça-feira, 24 de março de 2009
Outono de Abril
Um copo de vinho
Uma sonata no piano
E um perfume doce,
preparei,
para quando tu chegastes...
Mas o vinho, secou
A sonata, cessou
O cheiro, se perdeu...
Preparei o vinho,
Como preparei a vida
Escolhi a sonata
Como música, preferida
Reservei o perfume
Como o cheiro
da minha verdade
Mas meu vinho
virou sangue
Minha sonata
Desafinou
Meu perfume
Só mentiu
A mais falsa das verdades
A de que um dia, tu chegastes.
No outono de abril.